data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Ao longo desta semana, partidos políticos começaram a decidir quem irão apoiar no segundo turno. Decisão pode refletir nos próximos quatro anos da Câmara, na formação das bancadas de situação e oposição
Um dos tradicionais desafios enfrentados por quem é eleito para comandar o Executivo - seja em âmbitos municipal, estadual ou federal - é alcançar a chamada "governabilidade". Isto é, ter, no Legislativo, um número suficiente de apoio garantido para aprovar projetos de interesse do governante (prefeito, governador ou presidente). Diante disso, o Diário ouviu os vereadores eleitos em Santa Maria, no pleito do último domingo, para saber qual será o posicionamento deles nos próximos quatro anos.
Se reeleito, Jorge Pozzobom (PSDB) terá o apoio garantido de, pelo menos, quatro parlamentares, dos 21 que irão compor a Câmara. Já Sergio Cechin (Progressistas) conta com uma base de seis vereadores, que garantem estar na bancada governista caso ele seja o próximo prefeito do município.
Por outro lado, quatro vereadores ouvidos pelo jornal apontam a tendência de ficarem na oposição, independentemente de quem for eleito. É o caso dos petistas Ricardo Blattes, Marina Callegaro e Valdir Oliveira, e, ainda, de Werner Rempel, do PCdoB.
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DÚVIDAS
Há ainda seis que estão indecisos. É o caso, por exemplo, de Alexandre Vargas (Republicanos), que aguarda definição do partido. Por outro lado, Getúlio de Vargas, também do Republicanos, afirma, pelo menos por enquanto, que não estará em nenhuma bancada, de situação ou oposição.
Paulo Ricardo (PSB), por meio de nota divulgada na quinta-feira, demonstrou-se contrário à decisão da sigla de apoiar Cechin no segundo turno. Ele diz que opta pela "neutralidade".
Outro fato que chama atenção é que ser do mesmo partido não garante apoio automático. O estreante Tony Oliveira (PSL) conta que teve reuniões com representantes de Cechin e Pozzobom. Apesar de pertencer à sigla de Rodrigo Decimo, vice do tucano, Tony preferiu se manter neutro ao longo da campanha e permanece indeciso quando a que lado seguir.
PARA ALGUNS, APOIO PODE DEPENDER DE RESULTADO DAS URNAS E DELIBERAÇÃO DOS PARTIDOS
Tubias Calil, do MDB que volta à Câmara, partido de Francisco Harrison, vice da chapa de Cechin, preferiu ainda não manifestar apoio ao companheiro de legenda e falou que irá esperar o resultado das eleições para estabelecer o posicionamento dele. A reeleita Luci Duartes (PDT) também aguarda posição oficial do partido para divulgar quem terá o apoio dela, porém, ela ressalta que pode discordar da legenda e ir na direção contrária. A parlamentar espera que o PDT firme posição até o fim de semana devido à proximidade das eleições para o segundo turno.
Quem é do Progressistas ou do PSDB, partidos dos dois candidatos a prefeito que avançaram ao segundo turno, parece ter um lado óbvio, no entendimento de muitos eleitores. Entretanto, alguns políticos desses partidos não descartam estar ao lado do "adversário" nos próximos quatro anos, como Coronel Vargas (Progressistas) e Juba (PSDB). Os dois, por exemplo, disseram que, caso o candidato da sua legenda não seja eleito, não se sentirão impedidos de dialogar com a situação para uma possível aproximação.
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ANOS ANTERIORES
Independentemente de quem seja o vencedor no próximo dia 29, a vida do prefeito na Câmara dependerá de diálogo e, sobretudo, de capacidade de convencimento. Em governos anteriores, os prefeitos tinham bancadas maiores. Em 2016, por exemplo, Pozzobom tinha 16 dos 21 eleitos, no primeiro ano de governo. Schirmer, em 2012, quando foi reeleito, contava com 11 apoiadores.
A RADIOGRAFIA DO PODER - QUEM APOIA QUEM?
Sergio Cechin (Progressistas)
- Danclar Rossato (PSB) - "Como apoio ele no segundo turno, na linha do partido, estarei na bancada dele"
- Pablo Pacheco (Progressistas) - "Cechin assumiu compromissos com a agenda liberal. Por isso, apoio ele. Porém, não apoiarei o que estiver fora dos meus princípios"
- Roberta Leitão (Progressistas) - "Sergio Cechin é o meu candidato. Me elegi pelo Progressistas e estarei na bancada governista caso ele seja eleito"
- Adelar Vargas (MDB) - "Meu candidato é o Sergio Cechin, foi ele quem eu apoiei durante a campanha"
- Anita Costa Beber (Progressistas) - "Ficarei com Sergio Cechin porque sou mulher fiel e de palavra"
- João Ricardo Vargas (Progressistas) - "Ficarei com ele, junto à maior bancada da câmara"
Jorge Pozzobom (PSDB)
- Givago Ribeiro (PSDB) - "Ficarei ao lado de Pozzobom porque é um projeto que eu acredito que, de alguma forma, pude ajudar a construir"
- Juliano Soares (PSDB) - "Claro que ficarei ao lado do meu partido"
- Ademar Pozzobom (PSDB) - "É normal que eu esteja do lado dele, não por ser meu irmão, mas por defendermos a mesma bandeira"
- Manoel Badke (DEM) - "Tenho uma fidelidade político-partidária com o Pozzobom. Ele é o meu candidato"
Indecisos
- Alexandre Vargas (Republicamos) - "Ainda não conversei sobre isso com o partido. Não temos posição"
- Getúlio de Vargas (Republicanos) - "Se o projeto for bom para a cidade, estarei ao lado do prefeito, se for ruim, me posicionarei contra. Essa questão de situação ou oposição não pode deixar o vereador engessado para tomar decisões"
- Tubias Calil (MDB) - "Vou esperar a eleição para definir minha posição"
- Tony Oliveira (PSL) - "Permaneci neutro durante a campanha e ainda não defini sobre o futuro. Já tive reuniões com Cechin e com Pozzobom para definir minha posição"
- Paulo Ricardo (PSB) - "Ainda não tomei essa decisão. Preciso esperar pela decisão do partido e, também, conversar com as minhas bases"
- Luci Duartes (PDT) - "Não tomei nenhuma decisão porque vou esperar o partido. Espero que o partido libere para eu escolher quem eu quiser"
Oposição
- Ricardo Blattes (PT) - "Não estarei na base governista, mas não farei uma oposição cega e, sim, uma oposição propositiva"
- Marina Callegaro (PT) - "Fui eleita fazendo oposição ao atual governo e tanto Pozzobom quanto Cechin estão do mesmo lado"
- Valdir Oliveira (PT) - "É natural que eu seja oposição, como fui nos últimos quatro anos. As duas opções (de prefeituráveis) são a mesma coisa"
- Werner Rempel (PCdoB) - "A única possibilidade de eu ser situação era se o Marcelo Bisogno fosse eleito. Ficarei na oposição"
*Colaborou Rafael Favero